Uma atividade inovadora foi proposta pelo Sicredi durante a programação da Exposol 2018 – Feira Internacional. Na manhã deste sábado, 5/5, aconteceu uma entrevista palestra abordando o tema manejo de solo, proferida pelo engenheiro agrônomo José Eloir Denardin, da Embrapa Trigo, e que foi transmitida pela internet e por emissoras de rádio.
A Sicredi Botucaraí RS se uniu a Emater Rs, Embrapa Trigo, Secretaria Municipal de Agricultura de Soledade, Conselho Municipal da Agricultura, Coagrisol e Associação dos Agrônomos de Soledade, que oportunizaram a realização do encontro.
O palestrante comenta que, com o surgimento do plantio direto, onde se tinha duas culturas ao ano, soja e um cereal de inverno, foi praticamente derrotado em 1985. “A partir disso, se viu a necessidade de introduzir um cereal de verão no sistema, perdurando praticamente até 2000, posteriormente voltando a se ter a soja e um cereal de inverno”, explicou.
Ele explica que foi neste período que surgiu a calagem, que funcionava bem na superfície do plantio direto, mas passou a ser aplicada na superfície do plantio direto. “Sem o aporte de material orgânico suficiente, como o milho fazia, levou o solo a um problema de compactação e adensamento”, assinalou.
O profissional destaca que a calagem sem matéria orgânica suficiente promove uma dispersão das argilas, penetrando no solo obstruindo a porosidade. “Isso vem acontecendo há praticamente 15 anos, mas constatado apenas no ano passado, por meio de uma tese de doutorado”, salientou.
Esse problema faz com que não exista infiltração de água e penetração de raízes. “Estamos acostumados a culpar o clima, quando na realidade não é isso e sim o problema está no solo”, completou Denardin.
O engenheiro agrônomo diz que a solução é realizar a análise do solo. “Mas de uma forma diferente do que era feita até hoje. A Emater e as cooperativas estão sendo capacitadas para analisar a fertilidade do solo e as decisões deverão ser tratadas de forma individualizada, para cada caso”, pontuou.
José Eloir Denardin orienta que a solução é voltar a fazer o sistema plantio direto que era preconizado a partir de 1986 e que foi praticado até os anos 90. “Temos soja com variedades de ciclos muito curtos, que se planta em outubro e colhe até 15 de março, por exemplo. Isso permite fazer uma adubação verde a partir desta data, que pode ser milho, milheto, capim sudão, qualquer tipo de sorgo, um forrageiro”, citou.
Por fim, o profissional pondera que esta prática vai cumprir a missão, que é produzir raiz e material orgânico para manter o solo com uma certa organização física, que permita a calagem não causar danos. “Quando cair a geada entre abril e maio, ele vai matar estas espécies de verão e nós poderemos plantar um cereal de inverno normalmente”, concluiu.
A programação da Exposol 2018 – Feira Internacional segue até domingo, 6/5, no Parque de Eventos Centenário Rui Ortiz, em Soledade, com entrada gratuita na Feira e shows. Mais informações podem ser obtidas no site www.exposol.com.br.
O patrocínio é da Icatu Seguros, Farmácias São João, Fruki Guaraná, MHNet, BRDE, Rio Grande Seguros e Previdência, Corsan, Sicredi, Basso Pancotte, Deltasul, Lavoro – John Deere, BS Bios, Banrisul, Coagrisol e Caixa Econômica Federal. Os apoiadores são Fetag, Emater, UPF, Fiergs, Câmara de Vereadores e Prefeitura de Soledade, com produção cultural da Lucano Cultura e Marketing e realização da Aprosol.
